O clássico Serial Experiments Lain foi um anime a frente do seu tempo, quase um enigma para os fãs da época decifrarem. Muitos expectadores envolveram-se completamente com a trama, mas só agora, 20 anos após a estreia da série, que um dos criadores está esclarecendo as origens do projeto e o significado do nome.

Chiaki J. Konaka, o roteirista de Lain, explicou o significado de "serial experiments" neste sábado, em um texto publicado no blog dele. Konaka disse que o trabalho original foi planejado como um jogo para Playstation e acrescentou estar "questionando até hoje se o resultado poderia realmente ser chamado de jogo". Apesar dos criadores do projeto terem pensado no jogo primeiro, o anime estreou antes do título para Playstation, em 1998, carregando o mesmo nome do produto.

Konaka notou que enquanto o Playstation é uma máquina de jogos independente, ele se "comporta como se estivesse conectado à internet". Além disso, o jogo incomum foi produzido com uma vasta quantidade de textos, e os "usuários movem e coletam várias informações através da interface de uma garota chamada Lain". 

Durante o desenvolvimento do jogo, Yasuyuki Ueda da Pioneer LDC escreveu o texto principal, e Konaka estava encarregado pelo cenário de partes do jogo, animações de apenas 30 segundos. Como eles também estavam planejando um anime, há uma "linha principal" da história, e Ueda estava cuidando da trama básica. Konaka disse ter sido responsável apenas pelo trabalho intermediário que completou o conteúdo em vídeo do diretor Tetsuya Endo. No jogo, "a network exista como uma rota para coleta de informações, e o foco principal do jogo tinha conteúdo classificado como 'thriller psicológico'".

Segundo o roteirista, ao passo que o jogo de Serial Experiments Lain confrontava tópicos sérios, ele também considerou isso como um experimento interessante.

Yoshitoshi Abe, o character designer do projeto, foi encontrado online por Ueda quando ele ainda era um estudante universitário. Konaka ficou impressionado com Abe porque ele não apenas criou as imagens e textos, mas também presenteou a equipe com ideias originais por livre e expontênea vontade. Por exemplo, sem ser instruído para, Abe criou o pai de Lain e o design dele. Quando Konaka perguntou quem era, o conceito de Abe imediatamente tornou-se parte do projeto.

Konaka disse que todos os membros da staff, além dele mesmo, estavam lutando para finalizar o jogo, e eles decidiram fazer um "anime de fim de noite" para promovê-lo. O roteirista sempre teve pensamentos vagos sobre as palavras "serial experiments" serem referências para as mudanças do projeto, inicialmente planejado como um jogo mas que se transformou em um anime. Porém, de alguma forma, ele continua inseguro sobre o significado e disse que isso pode estar relacionado com a ideia de experimentos contínuos.

Sobre o anime, Konaka revelou que ele tinha liberdade para produzir algo completamente diferente do jogo. Com Kaori Shimizu dando voz a personagem Lain tanto no anime quanto no jogo, Konaka disse ter pensado na ideia de terminar a série com Lain atirando em si mesma com uma arma como no jogo para Playstation. Ele então pensou em compor o resto da história com tal fim em mente. Entretanto, ele continuou se esforçando com a história.

Chiaki disse "Embora eu sempre tenha me sentido incomodado com várias restrições como o roteirista de um trabalho comercial, eu fiquei perplexo quando obtive total liberdade". Como resultado, ele escreveu uma "composição extremamente áspera de 12 episódios" para o anime e considerou ter ido longe demais enquanto escrevia o cenário mais tarde. Desta forma, ele tentou começar a juntar a história. Porém, muito tempo depois, ele percebeu que não havia outra forma do anime ter sido feito.

A Crunchyroll está transmitindo o anime, e descreve a história da seguinte maneira:

O aclamado artista Yoshitoshi Abe (Haibane Renmei, Texhnolyze) dá vida ao clássico existencial que abriu caminho para filmes de grande sucesso como The Matrix. Acompanhe Lain, uma jovem de 14 anos intrigada pelo suicídio repentino de uma colega, conectar-se à Wired e perder-se em uma massa distorcida de alucinações, memórias e psiques interconectadas.

O cyberpunk psicológico de 1998 pertencia à Geneon, mas foi licenciada em 2010 pela Funimation. Desde então, a empresa lançou o anime em DVD e discos Blu-ray.